O ministro do Ambiente e da Ação Climática admite esperar que a crise energética resultante da guerra na Ucrânia, que dura há precisamente um ano, desperte a União Europeia para as potencialidades do sul da Europa na produção de energia.
“Para o futuro, espero que daqui resulte que a Europa tem de olhar para o norte da Europa e para o sul da Europa de forma a ver toda a potencialidade que existe. No sul da Europa existe muita potencialidade do ponto de vista da produção de energia, seja de energia renovável, fotovoltaica, eólica, hídrica, mas também, no futuro, o que isso vai permitir de produção de gases renováveis“, afirmou Duarte Cordeiro em declarações aos jornalistas à margem da assinatura, no Porto, do denominado ‘Compromisso Verde’ por parte de 120 empresas do ‘cluster’ do calçado.
Destacando a importância evidenciada pela guerra da crescente necessidade de autonomia energética e da aposta nos recursos naturais próprios, o ministro do Ambiente e Ação Climática considerou que o conflito “acelerou todas as mudanças que já se sentiam como importantes a nível europeu do ponto de vista da descarbonização e de uma dimensão de competitividade que resulte da sustentabilidade“.
“O nosso país teve condições de não recuar, felizmente. Decidiu fechar centrais a carvão e não teve necessidade de as reabrir, [mas] houve países que, infelizmente, tiveram de suspender um pouco o ritmo a que estavam a descarbonizar as suas economias, por questões relacionadas com a segurança energética”, recordou.
Duarte Cordeiro apontou a “capacidade que toda a Europa teve de trabalhar na segurança energética”, notando que toda a região “reduziu substancialmente o consumo de gás”, incluindo Portugal, que ultrapassou até a meta de poupança de 15% estabelecida a nível europeu.
“Isso é significado que a Europa trabalhou como um conjunto, trabalhou como uma comunidade e de forma cooperativa. Procurámo-nos ajudar uns aos outros, respondendo a uma necessidade coletiva, e é muito importante perceber que, quando estamos juntos, a responder de forma coletiva, conseguimos resultados. E um dos resultados que conseguimos foi hoje estarmos menos dependentes do gás, do gás russo, e acelerarmos as nossas estratégias de descarbonização”, enfatizou.
“Portanto — acrescentou — esperamos sinceramente que também resulte daqui um processo de aprendizagem para uma Europa mais resiliente e mais forte”.
Fonte: Eco capital Verde