Portugal deu ontem um passo histórico no caminho da transição energética e da descarbonização da economia, com a inauguração, no Seixal, pelo primeiro-ministro, António Costa, da primeira injeção de Hidrogénio Verde na rede de distribuição de gás em Portugal. Liderado pela Floene, o projeto “A Energia Natural do Hidrogénio” vai abastecer um conjunto de 82 clientes residenciais, terciários e industriais e servirá de exemplo para outros projetos a nível nacional.
Depois de uma fase de testes, estes clientes passam, assim, a ser oficialmente abastecidos por uma mistura de Hidrogénio Verde com Gás Natural, aumentando a percentagem de Hidrogénio Verde (H2) até um máximo de 20%. O H2 é produzido localmente, com energia 100% renovável, no Parque Industrial do Seixal, pela empresa portuguesa Gestene. Depois de produzido e armazenado, o H2 percorre 1400 metros num gasoduto de polietileno, igual a cerca de 95% da rede de gás utilizada em Portugal, até uma estação, onde é misturado com gás natural, sendo depois distribuído aos clientes.
“A Energia Natural do Hidrogénio” é um projeto financiado pelo Fundo de Apoio à Inovação (FAI), que tem vindo a ser desenvolvido e testado desde 2021, com grande sucesso.
“A introdução de gases renováveis, como o biometano e, neste caso, o hidrogénio, na rede de distribuição de gás é a prioridade e um compromisso da Floene, alinhada com o os objetivos nacionais e europeus de descarbonização, redução das emissões de gases de estufa e de diversificação do cabaz energético”, destacou o Presidente do Conselho de Administração da Floene, Diogo da Silveira.
“O momento em que o primeiro-ministro deu início à mistura de H2 constituiu a Hora H da transição para a energia do futuro em Portugal, com elevado impacto na autossuficiência energética, no desenvolvimento económico, na redução da fatura energética e na preservação do ambiente”, assinalou o CEO da Floene, Gabriel Sousa.
Antes de encerrar o evento, o primeiro-ministro procedeu ao acendimento de um fogão alimentado pela mistura de Hidrogénio Verde com Gás Natural, mostrando assim a adequação dos atuais equipamentos domésticos à utilização de H2.
A demonstração da utilização de H2 no consumo doméstico evidencia, assim, o princípio de complementaridade entre os sistemas de gás e elétrico no processo de descarbonização .
A rede da Floene, sendo uma das mais modernas da Europa, com cerca de 96% de polietileno, está igualmente preparada para receber gases renováveis sem necessidade de adaptação ou investimento adicional, o que constitui uma importante mais-valia para a implementação da estratégia de descarbonização da infra-estrutura e da economia.
“A Energia Natural do Hidrogénio” tem como parceiros institucionais a Câmara Municipal do Seixal e o Fundo Ambiental, e como parceiros técnicos a Bosch, Catim, Gestene, ISQ, PRF, Instituto Superior Técnico e Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio – HP2H.