A APEG realizou o seu 10º Encontro Anual

04/07/2023 | APEG

A APEG - Associação Portuguesa de Empresas de Gás, realizou no Centro Cultural de Belém o seu 10º Encontro Anual, subordinado ao tema, Na rota de soluções- Desafios atuais e futuros.

Jorge Lúcio, Presidente da APEG, abriu este Encontro relembrando a mudança de nome e paradigma da Associação, iniciada o ano passado. A AGN- Associação Portuguesa de Empresas de Gás Natural deu origem em julho de 2022 à APEG - Associação Portuguesa de Empresas de Gás e com esta mudança sinalizou um novo paradigma. 

“Anunciámos a nossa transformação, evidenciando o nosso compromisso de sairmos do universo clássico do gás natural e passarmos ao futuro, e o futuro são os gases de origem renovável, seja o Biometano seja o Hidrogénio.”

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Jorge Lúcio, falou também da mudança radical no fornecimento e  abastecimento de Gás no último ano “Nuvens muito negras,  causadas  pela agressão à Ucrânia, pairavam em cima de nós com um final de ano muito duro para toda a sociedade, e para o sistema  gasista em particular. Tivemos preços que nunca pensámos serem  possíveis, e tivemos uma situação de potencial crise de fornecimento  que de alguma forma parecia exógena aos mercados de Gás Natural. (…) a União Europeia e Portugal reagiram de uma maneira decidida e solidaria, e foi possível, com esse esforço conjunto, ultrapassar o inverno que foi claramente a fase mais critica. (…) Olhamos agora para o futuro de uma forma menos preocupada. (…) O sistema está agora mais preparado para suportar esta volatilidade e agressões externas.”

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Esta opinião foi reforçada por Pedro Verdelho, Presidente da ERSE- Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, que afirmou que em 2024 esta situação estará estabilizada. “São sinais positivos que temos pela frente.”

Jorge Lúcio afirmou ainda que a transição energética é um desafio incontornável, não é uma questão de opção, “temos que avançar para a descarbonização da sociedade”. Contudo, essa descarbonização tem de ser feita de forma equilibrada e o Gás Natural ainda tem espaço e deverá ser mantido nos próximos tempos como um elemento fundamental na matriz energética.

“O sistema de Gás Natural está suportado por uma rede muito capaz e resiliente, e uma infraestrutura que está num estado excelente de conservação.  Seria quase “criminoso economicamente” não as aproveitar.” Aqui entra a fileira de todos os gases de origem renovável, o Biometano, exemplo único da economia circular, e o Hidrogénio obtido através de eletricidade renovável, “para o qual Portugal tem condições endógenas absolutamente ímpares, que devem ser apoiadas e tidas como parte da solução. Vemos o sistema gasista e o Gás Natural como parte da transição e a introdução de novos produtos como parte importante de um contribuinte líquido para a economia. “

Está assim marcada a mudança de paradigma no sistema gasista.

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Numa intervenção feita a partir da assistência, Gabriel Sousa, Vice-Presidente da APEG, falou da mistura de gases nas nossas redes: “Quando se fala em blending nas nossas redes, imediatamente pensamos na mistura do Gás Natural com o Hidrogénio, e devíamos estar a falar da mistura de Hidrogénio com Biometano. A molécula de Biometano é igual à molécula do metano, principal componente do Gás Natural. Com esta nova mistura teremos um fornecimento de 100% de gases renováveis, com um volume de investimento mínimo. (…) Uma mistura com 20% de hidrogénio já é totalmente aceitável, e está a funcionar noutros países e em alguns projetos pilotos em Portugal, sem qualquer alteração das redes, e sem a alteração dos sistemas de 99% dos consumidores.”

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Pedro Neves Ferreira, também Vice-Presidente da APEG, encerrou o evento afirmando que o Gás é um elemento essencial para uma transição segura com vista à descarbonização da matriz energética, e que Portugal se pode orgulhar de ter ativos importantes neste caminho, destacando três: “Ter um sector com uma diversidade de fontes de abastecimento, o que se revelou uma força particularmente importante no ano passado no contexto de crise de preços, com valores inferiores aos da Europa. O facto de Portugal ter infraestruturas jovens, permitindo a incorporação de gases renováveis na rede, de forma fiável e confiável, e a capacidade empreendedora demonstrada nos vários projetos de várias empresas ligados aos gases de origem renovável.”

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